quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Desigualde entre brancos e negros no mercado de trabalho diminui

Valor Econômico - Brasil - 19.11.09 - A3

Diminui desigualdade entre negros e brancos no mercado de trabalho

De São Paulo
19/11/2009
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Apesar de ainda existirem diferenças na ascensão aos postos de trabalho e nos ganhos salariais entre negros e brancos, no período de 2004 a 2008, essas desigualdades diminuíram nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo. É o que mostra o estudo "Os Negros no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de São Paulo", feito com base na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo o levantamento, de 2004 a 2008, a participação dos negros na População Economicamente Ativa (PEA) passou de 37,3% para 36,6% enquanto a dos brancos caiu de 62,7% para 63,4%. A proporção de ocupados negros em relação à PEA subiu de 77% para 84%, a de desempregados reduziu-se de 22,5% para 16% . No caso dos brancos, o número de ocupados subiu de 83,6% para 88,1% e houve queda na taxa de desemprego de 16,4% para 11,9%.

Em 2008, as mulheres negras ocupavam posição mais desvantajosa na comparação com as trabalhadoras brancas. A taxa de desemprego entre as negras foi de 19,5% e entre as brancas, de 14,7%. O tempo média em busca de emprego para ambos os casos se igualou, no ano passado, em 43 semanas, enquanto quatro anos antes, as negras levavam em média 54 semanas e as brancas, 55.

De acordo com a economista Patrícia Lino Costa, do Dieese, as mulheres negras são as que têm mais dificuldades no mercado de trabalho, ganham menos do que as mulheres e os homens, tanto negros quanto brancos. A economista disse que isso decorre da falta de oportunidades delas para um melhor preparo no sentido de ascender a cargos melhores.

Patrícia atribuiu a redução das desigualdades entre negros e brancos ao crescimento da economia, com desenvolvimento, principalmente, da área de serviços e da construção civil. Ela admitiu, entretanto, que existe ainda "um longo caminho a percorrer para diminuir as diferenças".

O rendimento médio dos negros cresceu 6,1%, enquanto o dos brancos manteve-se praticamente estável (0,1%). Porém, os negros ainda recebem salários mais baixos em relação aos brancos, passando de 53,1%, em 2004 para 56,3%, em 2008.

A pesquisa apontou ainda redução dos negros nos serviços domésticos (de 8,7% para 7,7%), o que aproxima a participação das raças nesse segmento, já que a participação dos não negros caiu de 12,9% para 12%. (Agências noticiosas)

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