quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Jornal do Commercio - Economia - 04.12.08 - A-5

Vale demite 1,3 mil empregados

CAROLINA ELOY
DO JORNAL DO COMMERCIO
A Vale já demitiu 1,3 mil pessoas desde novembro, devido à crise mundial e está colocando 5.500 pessoas em férias coletivas, informou ontem a empresa. Cerca de 20% dos funcionários demitidos trabalhavam em unidades do estado de Minas Gerais. Dos 5,5 mil funcionários incluídos na programação de férias coletivas escalonadas, em torno de 80% também estão alocados nas unidades mineiras. Outros 1.200 empregados foram colocados em treinamento, para que possam assumir novas funções na companhia. Antes dos cortes, a mineradora tinha 62 mil funcionários no mundo. "O setor mineral vem atravessando uma grave crise, decorrente da redução das encomendas das siderúrgicas. A Vale está trabalhando para evitar demissões ou demitir o mínimo possível. O esforço da empresa é para preservar os nossos empregados, que são especializados e treinados", informou a empresa. Os cortes fazem parte das medidas de adequação ao cenário de desaceleração da economia global, anunciadas em outubro pela empresa. A Vale informou, na época, que faria ajustes em seus programas de produção em diversos países, o que implicou em redução de ritmo produtivo em relação ao que vinha sendo observado até setembro de 2008. A Vale decidiu, naquele mês, diminuir a produção de minério de ferro em volume equivalente a 30 milhões de toneladas métricas anuais. Para isso, programou paralisação, a partir do dia 1º de novembro, nas atividades de unidades produtoras de minérios de menor qualidade, localizadas nos Sistema Sul e Sudeste, em Minas Gerais. Segundo a empresa, estas unidades apresentam maior custo e produzem minérios de qualidade inferior aos demais produzidos pela Vale. A redução da produção de minério de ferro e outros minérios e subprodutos foi planejada para os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amapá. Minas e unidades industriais no exterior foram igualmente incluidas no plano de redução de produção. Na época, a Vale comunicou que tais reduções contribuiriam para minimizar riscos de maiores danos no futuro, sobretudo no que diz respeito aos empregados e às comunidades onde possui operações. O próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, explicou que o corte de 30 milhões de toneladas métricas anuais na produção de minério de ferro da empresa era um ajuste momentâneo, em razão do que chamou de fortíssimo rearranjo que o mundo está passando devido à crise internacional.

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