sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Flexibilização trabalhista na crise

Jornal do Commercio - Economia - 18/12/2008 - A-3

Sindicatos já admitem abrir mão de direitosCleide Silva e Paulo JustusDa agência estado
Sindicatos de trabalhadores já aceitam abrir mão de direitos na tentativa de evitar possível onda de demissões no início de 2009. Diante da perspectiva de um começo de ano desaquecido, várias empresas estudam medidas a serem adotadas em janeiro, quando os funcionários voltam das férias coletivas.O Sindicato dos Metalúrgicos de Embu Guaçu (SP) fez acordo com fábricas de autopeças para redução da jornada e dos salários. "Desde 1º de dezembro os metalúrgicos trabalham quatro dias por semana, mas têm a garantia do emprego", diz o dirigente Jorge Rodrigues. O Sindicato dos Metalúrgicos de Bragança Paulista (SP) concordou em reduzir a jornada e o salário dos trabalhadores da indústria de eletroeletrônicos Tyco. Com isso, obteve três meses de garantia de emprego, a partir de janeiro. "As demissões já estão acima do normal e estamos com medo de janeiro, quando os funcionários voltam das férias coletivas", diz José Luiz Machado, vice-presidente do sindicato.contrato. No Amazonas, os metalúrgicos vão aceitar a suspensão temporária do contrato de trabalho. O diretor do sindicato local, Sidnei Malaquias, diz que a situação mais crítica é a das indústrias de eletroeletrônicos, motos e autopeças. "Já há 5 mil em férias coletivas", afirma. Ceder na negociação nem sempre significa sucesso. O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco (SP) aceitou redução dos salários e suspensão temporária do contrato de trabalho com a condição de que a fábrica de vagões Amsted Maxion reintegrasse 400 demitidos "A empresa colocou uma série de dificuldades e não aceitou rever as demissões", informa o presidente do sindicato, Jorge Nazareno. A empresa também demitiu 1,1 mil pessoas nas fábricas de Hortolândia e Cruzeiro (SP). Em Campinas, deve cortar mais 700 vagas até o fim da semana.A Takata, fabricante de volantes e air bags para carros em Jundiaí (SP) pretende negociar com os 1,2 mil trabalhadores a redução da jornada e dos salários prevista em lei, de até 20%. A idéia é suspender um dia de trabalho na semana. Outra medida em estudo é a criação do banco de horas para mensalistas, informou Rodrigo Ronzella, gerente jurídico da Takata.

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