Como mandar pessoas ficarem quietas de forma educada
Por Financial Times
É
um clássico das comédias de ambiente de trabalho. Você pede a opinião de um
colega sobre um projeto e, 40 minutos depois, ele ainda está discursando sobre
os filhos e os planos para o feriado. Como acabar com conversas com colegas de
trabalho tagarelas sem prejudicar a relação profissional?
William Hanson, autor do
livro "The Bluffers Guide to Etiquette", sugere que é importante dar o tom para
desencorajar os “exageros”: “Para evitar conversas longas e pessoais, adote uma
atitude mais séria e profissional”. Outra tática é colocar um limite de tempo na
conversa antes mesmo de ela começar. Por exemplo, ao perguntar se a pessoa tem
dois minutos para falar com você no caminho até uma reunião. Paralelamente, faça
perguntas diretas que levem a respostas breves.
Estratégias físicas também
funcionam bem. Ao invés de fazer a pessoa vir até você, vá até ela sempre que
possível. “É muito mais fácil sair de perto de alguém do que livrar-se dele”,
diz Peter English, especialista em eficiência pessoal e autor do livro
“Confidence Pocketbook”. Ele adiciona que se você tiver uma cadeira vaga na sua
estação de trabalho, deve colocar papéis em cima. “Desse jeito, as pessoas não
vão se 'empoleirar'. Se você quiser que seus visitantes sentem ao seu lado, é só
desocupar o espaço", diz.
English diz que você não
deveria se preocupar em interromper os outros: “Você deve repensar o quão rude
pode ser”. Ao invés de acenar com a cabeça e sorrir enquanto a pessoa começa um
monólogo, você pode interromper ou usar a linguagem corporal. Com a segunda
opção, você pode se virar um pouco para o lado oposto do interlocutor, erguer
uma mão ou tocar a pessoa no antebraço, diz English.
Há também uma série de frases
prontas, diz Jane Clarke, da firma de psicólogos do trabalho Nicholson McBride.
“Você pode dizer ‘Me perdoe, estou atolado’ ou ‘Eu adoraria falar com você, mas
preciso terminar esse relatório’”. Nesse caso, você posiciona o "corte" de forma
educada e pode, ainda, suavizar o golpe com um sorriso, completando que
adoraria conversar uma outra hora.
No entanto, é melhor ter
cuidado ao interromper todas as conversas, independentemente do quão ocupado
você está. “As pessoas se relacionam para fazer negócios, e, mesmo se você não
estiver interessado, bater papo é importante”, diz Hanson. “Em muitas culturas,
os negócios são fechados em dois minutos e depois você passa duas horas falando
sobre a família”. O truque, nesses casos, é reformular a conversa, diz Jane. Ao
invés de ver o tempo como perdido, ela sugere convencer-se de que se está
fazendo uma conexão com alguém útil.
O outro lado da moeda é
garantir que você não deixe os outros entediados ao conversar com eles. Para
isso, a linguagem corporal fala muito e pode ajudar – Hanson sugere olhar para
os pés. “Se meus pés estão apontados para o meu interlocutor, eu estou
interessado, mas se um deles está apontando para a porta, quero ir embora”. Se
você captar sinais como esses da outra pessoa, é possível que você também
esteja falando demais. Nesse caso, é hora de falar: "Não vou te prender
mais".
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