quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Crise e Demissões

Jornal Destak - Seu Valor - 12.01.08 - p. 09
Mercado de trabalho
Um terço das indústrias deve demitir até fevereiroQueda nas vendas, por conta da crise, leva 32,5% das empresas a planejar corte de pessoalPressionada pela queda das vendas, reflexo da crise internacional, quase um terço da indústria brasileira pretende reduzir o número de empregados até o mês que vem. O índice de empresas que planejam demitir é o maior dos últimos dez anos, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. No mês passado, 32,5% de 1.086 indústrias pesquisadas, que juntas têm perto de 1,3 milhão de trabalhadores, informaram à Fundação Getulio Vargas (FGV) que pretendem demitir até fevereiro. Esse índice é superior à média de empresas que planejaram cortes nos últimos 15 anos (19,5%). O pico mais recente de demissões na indústria ocorreu em 1999, quando houve a mudança do câmbio fixo para flutuante. "A situação é mais preocupante hoje do que dez anos atrás: a crise é global e não tem para onde correr", avaliou Jorge Ferreira Braga, técnico da FGV. Com as demissões, o nível de emprego de outros setores também será afetado. Segundo Fábio Silveira, da RC Consultores, para cada vaga aberta nas fábricas são criados três empregos diretos ou indiretos no setor de serviços do país. A pesquisa da FGV mostra que os setores que mais pretendem demitir são aqueles cujas vendas dependem do crédito, que continua escasso, como automóveis e eletrodomésticos; ligados a planos de investimentos, como máquinas e equipamentos; e relacionados à exportação, como celulose e siderurgia. A indústria mecânica lidera os cortes: 68,3% das empresas planejam demissões.lPara ministro, 600 mil vagas foram fechadas em dezembroEm decorrência da crise, só em dezembro, o país pode ter perdido 600 mil vagas formais, o dobro dos postos normalmente fechados no mês, estima Carlos Lupi, ministro do Trabalho. Segundo o jornal O Globo, o ministro não descarta a ocorrência de mais demissões do que contratações neste mês. No primeiro trimestre, segundo ele, deverão ser criadas entre 200 mil a 250 mil vagas no país com carteira assinada, a metade do que foi registrado em 2008. Entre os setores que podem ser afetados, na visão do governo, estão o metalúrgico, siderúrgico e construção civil, além de serviços.

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