segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cresce a efetivação de trabalhadores temporários

Jornal do Commercio - Rio de Janeiro - 22.01.2010 - A-11

22/01/2010

Efetivação de temporários sobe 38%


LUAN SEIXAS

Quem buscou emprego no comércio durante o período de maior contratação, as festas de fim de ano, está tendo mais oportunidades de continuar trabalhando. A efetivação dos temporários cresceu 38,8% em relação a 2009, segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Do percentual de funcionários extras, 22% serão efetivados neste início de ano, ante 18,3% em 2009. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, foi realizada entre os dias 4 e 13 de janeiro com 661 gerentes de diferente ramos de atividade.

De acordo com o economista chefe da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, a confiança foi a questão nevrálgica da crise financeira mundial. "A confiança é chave na economia. Desconfiança gera um ciclo vicioso que leva as pessoas a ficarem com medo. O comércio, por sua vez, acaba não investindo", analisou Travassos, acrescentando que a retomada do crédito também ajuda a explicar a confiança dos empresários, "no sentido em que teremos um primeiro semestre de 2010 melhor do que o igual período do ano passado."

Segundo a aferição, no início de 2009, 55,8% das empresas efetivariam pelo menos um dos funcionários contratados para o natal, enquanto neste ano a proporção é de 63,5%, o maior percentual registrado desde o início do levantamento, em 2005. "A maior efetivação reflete as boas vendas registradas no final do ano passado e confirmadas no início de 2010", disse o economista.

Na média, entre aqueles que pretendem efetivar algum temporário, serão contratadas de forma permanente três pessoas por estabelecimento. Dos efetivados, 44,6% serão por aumento de quadro ante 46,2%. Como complemento, 55,4% dos efetivados serão para substituir trabalhadores antigos, contra 53,8% em igual período de 2009.

"Mesmo que haja substituição da porcentagem complementar, é importante dizer que quase metade desses que serão efetivados vão agregar a um quadro de funcionários já existentes. Isso está coerente com os dados de emprego que nós temos para a região metropolitana, tanto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quanto do Ministério do Trabalho", completou Travassos.

Dos ramos de atividade pesquisados, 86,4% do setor de calçado contrataram algum temporário no final de 2009. Em seguida, aparecem roupa (79,1%), magazine (76,8%) e perfumaria (52,9%). Quanto à efetivação, destacam-se magazine (83,7%), supermercado (81,8%) e eletrodoméstico (80,0%).

Segundo Christian Travassos, a partir do segundo semestre de 2009 o quadro de incertezas, que tanto prejudicou a economia e o comércio no primeiro semestre do ano passado, começou a mudar. "Na região metropolitana, onde fizemos a pesquisa, o quadro de rendimento real da população ainda é forte. O mercado de trabalho, apesar de ter desacelerado em 2009, não teve perdas líquidas, pelo contrário, teve avanços. Consideramos que confiança, rendimento e renda são as principais razões dessa maior efetivação em relação a 2009", disse ele, para quem a tendência deste ano é de reaquecimento do mercado de trabalho. "O que é bom para todos", concluiu.

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